Tenho 43 anos, sou médico psiquiatra, resido em Campo Grande (MS) e durante a semana trabalho no interior do Estado, a 400 Km de distância. Hoje levo uma vida maravilhosa. Mas nem sempre foi assim.
Minha relação com a corrida sempre foi secundária, corria para jogar futebol, tênis e beisebol, esportes que pratiquei na infância e adolescência. Mas nunca disputei uma corrida “pra valer” até janeiro de 2011, em Goiânia.
Quando entrei na universidade minha relação com o esporte terminou. Fiz residência médica, pós-graduação em psiquiatria, casei-me, tive meu filho Caio e abracei o sedentarismo total. Com o término do meu casamento, após 06 anos, a situação piorou: passei a me alimentar muito mal, com tudo que é péssimo para a saúde – gordura, açúcar, refrigerantes, salgados eram meu hábito alimentar. E seguindo aquele ditado, “está ruim, mas dá pra piorar”, durante uns 04 anos, dos 35 aos 38 anos, passei a beber abusivamente. Bebia de quinta a domingo, comecei a ter dificuldades familiares, no trabalho, os amigos de verdade alertavam que eu estava perdendo o controle. Na verdade eu já tinha perdido o controle sobre o álcool e minha saúde. Em outubro de 2010 estava com 91 Kg, com muita gordura visceral, hipertenso, pré-diabético, com aumento dos níveis de colesterol e triglicérides e por ironia do destino (visto ser psiquiatra), sentia-me deprimido, desiludido com o rumo que estava dando na minha vida. E minha válvula de escape na época era o álcool.
Tomei uma decisão muito difícil e esta é a primeira vez que relato isso publicamente. Decidi me internar numa clínica de recuperação em Goiânia. No fim de outubro de 2010 eu e minha amada mãe tomamos um avião até lá, fui internado e no corredor da espera vi minha mãe chorando tanto que prometi que nunca mais iria deixar isso acontecer.
Fiquei cerca de 50 dias internado, pude olhar para dentro de mim e voltar a ser e sentir-me como o Fabiano de antes, aquele cara cheio de vida e de alegria. Foi lá que recebi um grande incentivo da nutricionista Roberta Thawana @comendobemquemaltem. Com sua ajuda, dos 91 Kg baixei para 77 Kg e comecei a fazer caminhadas e trotes num campinho de futebol dentro da clínica. Pouco antes do Natal recebi alta e em janeiro de 2011 voltei para os retornos agendados. Vi um cartaz de uma corrida do Shopping Goiânia, de 04 e 08 Km e resolvi me inscrever pros 08 Km sem nunca ter corrido mais que 03 Km. Nós corredores somos meio malucos mesmo!
Terminei com o coração na mão, em sofridos 47 minutos, mas prometi a mim mesmo que não iria andar durante a prova. Mas fui picado pelo “mosquitinho da corrida”. Nessa época tudo foi melhorando, minha saúde física e mental, meu condicionamento físico. Entrei no grupo de corrida Runners de Campo Grande. Cheguei a participar de mais umas 20 provas ao longo do ano de 2011.
Com minha mudança a trabalho para o interior do Estado, ocorrida em 2012, e o afastamento do meu grupo de corrida, gradualmente fui perdendo o foco nos treinos, parei de participar de provas e fiquei quase 02 anos sem correr. Em novembro de 2013 novamente me vi com sobrepeso e os velhos fantasmas rondando, quando decidi retomar a corrida, mas desta vez de forma definitiva, fazendo dela um estilo de vida e não um esporte ou hobbie.
Aprendi que não existem dietas e regimes, muito menos milagres. Existem implementações de rotinas e hábitos de vida saudáveis e definitivos. Ou é assim ou sempre estaremos insatisfeitos, num desequilíbrio constante.
Desde então me preparo como se fosse um profissional, me alimento de forma super regrada e me apoio no tripé: treinamento adequado, alimentação correta e repouso pra atingir os resultados que vieram.
Desde minha retomada, há 20 meses, foram mais 39 provas, desde 2,5 Km até 25 Km. No dia 26 de julho irei correr minha primeira maratona, no Rio e imagino que será a maior celebração de tudo que passei.
Em 2015 já conquistei 04 pódios, fiz muitas corridas fantásticas, novas amizades, e principalmente o que eu mais almejava: tive minha saúde restabelecida. Meu peso estacionou há meses em 69 Kg, durmo bem, e o universo da corrida complementou totalmente minha vida.
Não exagero quando digo que a corrida salvou minha vida. Sou grato a Deus por ter atingido tudo isso em tempo hábil e procuro inspirar outras pessoas pela máxima: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta!”.
[cincopa A8JAyhMU3uP9]
Parabéns Gabi e Fabiano por nos proporcionar esse momento de leitura e reflexão. Vocês são guerreiros continuem na missão.
Parabéns pelo depoimento verdadeiro, pela superação, pelo foco e principalmente pelo exemplo Fabiano!!! Fiquei ainda mais fã!!!
Que legal Fabiano, parabéns!
Parabéns Gaaaabs pelo site! =)
Pura superação…parabéns Fabiano, parabéns Gabs por compartilhar a história dele.
Meu irmão amado, fiquei com lágrimas nos olhos ao ler ser relato, não que não conhecesse cada uma dessas etapas difíceis, mas por relembrar tudo isso e principalmente dizer que hoje, minhas lágrimas são de pura alegria, por ver que você conseguiu “sobreviver” a tudo e encontrou seu caminho!!! Parabéns pela coragem do relato, mais do que expor sua vida, vc pode estar ajudando outras pessoas! Seja feliz!!! Te amo!!!
Fabiano,
Parabéns por este depoimento. Quem acompanhou sabe do seu esforço e dedicação.
Sua família sempre acreditou em você. Principalmente a sua mãe. Ela nunca iria desistir. E não desistiu. Viu como foi bom também seu esforço. E quando você menciona sobre a sua internação, passou um filme na minha frente. Lembrei daquele dia que fui te visitar, almoçamos no shopping em Goiânia. Foi bom que também tentei te ajudar. Mas, não foi fácil. Eu nunca tinha tido uma experiência deste tipo. Mais, a vida é assim. Sempre nos dando oportunidades de aprender e conhecer mais as pessoas. Abraços
Fabianooo que historia liiiiinda, es um vencedor, há dias queria ler sua historia e fui adiando , mas hj li e me emocionei, vamos em frente meu amigo pq vc está rodeado de amigos e sempre podera contar conosco. Valeu querido. Parabensssss….
Eu já tinha lido, mas sem comentar< Marília! Então deixo aqui o meu apreço pelo Fabiano. Linda história de superação. Grande amigo que acorrida nos deu!
Beijo